Informações do Município

Nome: São Borja
Unidade Federativa (UF): Rio Grande do Sul
Data de fundação: 10 de outubro de 1682
Emancipação: 21 de maio de 1834
Distância da capital: 600 Km
Distritos: Sarandi, Samburá e Nhu-Porã
Código de área (DDD): 55 
Cep: 97670-000
Ave símbolo: João-de-barro (Furnarius rufus)


População

Total: 61.433 habitantes
Fonte: IBGE – Censo 2010


Área do município
Urbana: 71 Km² Rural: 3.300,051 Km² Total: 3.371.051 Km² Fonte: IBGE – Censo 2000
Altitude
Na sede: 96 metros Máxima: 123 metros
Coordenadas geográficas
Latitude de 28°20'00'' S e 29°04'34'' S Longitude de 55°18'25''W e 56°19'38''W
Municípios limítrofes
Norte: Município de Garruchos (RS) e Santo Tomé (Argentina) Sul: Município de Itaqui e de Maçambará (RS) Leste: Municípios de Santo Antônio das Missões e Itacurubi (RS) Oeste: Santo Tomé (Argentina) tendo como divisa o Rio Uruguai
Região ou associação regional
São Borja, historicamente pertence à região das Missões, porém geograficamente tem elementos que a identificam com outros municípios da Fronteira-Oeste.
O Município é filiado a Associação dos Municípios da Região da Fronteira-Oeste (Amfro) e pertence ao Conselho Regional de Desenvolvimento da Fronteira-Oeste (Corede-FO).
Clima
Em São Borja o clima é sub-tropical úmido e pela classificação de Koeppen é do tipo fundamental Cfa 12 (33). A temperatura média anual varia de 19,6ºC a 20ºC. Regime pluviométrico variando de 1.537 a 1.659 mm.
Temperatura média anual de 20ºC, apresentando temperatura máxima absoluta de 41,8ºC (janeiro de 1944) e a temperatura mínima absoluta –5ºC em julho de 1975. No mês de janeiro ocorrem as médias mais altas 26,9ºC enquanto que no mês de julho ocorrem as médias mais baixas 15,6°C (fonte: Fepagro Cereais). A direção predominante dos ventos é SE/S com pequena variante.
Bacia hidrográfica
Bacia hidrográfica dos Rios Piratini-Icamaquã-Butuí.
Hidrografia
Observa-se uma homogeneidade na distribuição da rede de drenagem do município determinada pela localização do mesmo: relevo pouco acidentado e pelo lençol freático encontra-se próximo à superfície. O Município de São Borja é banhado por três importantes rios:

  1. Rio Uruguai: no limite do Brasil com a Argentina recebe no Município os rios Icamaquã e Butuí, mais os arroios Manuã, Urucutai, Salso, Estiva e Santa Luzia;
  2. Rio Icamaquã: nasce na localidade Coxilha ou Serra Geral, no Município de Santiago e banha São Borja a partir da foz do Rio Iguariçá, Itacurubi, Piauí e Sanga Funda, todos na margem esquerda e,
  3. Rio Butuí: nasce na localidade de Encruzilhada, divisa de São Borja com Maçambará e serve também de divisa com o Município de Itaqui, ao Sul. Seus principais afluentes são o Butuizinho e o Capeati.
Ocorrem áreas alagadas como o Banhado Grande, Estiva, Caçacã e outros.
Relevo
O Município está assentado sobre o grande compartimento geológico composto por rochas basálticas onde o basalto é o principal elemento formador dessas rochas. A geomorfologia é formada pelo compartimento Planalto Brasileiro predominando colinas (coxilhas) extensas e com baixa declividade (planas) caracterizando um relevo de planícies.
Solo
A maior parte do solo de São Borja classifica-se como Lateríticos Bruno Avermelhado Distróficos, com textura argilosa, relevo suavemente ondulado, substrato basáltico. Ocorrem variações denominadas unidades de mapeamento. Predomina no Município a Unidade São Borja, que se caracteriza por perfis bem desenvolvidos, profundos, formados por A, B e C sendo que A+B de 170 a 200cm de espessura sem uma grande diferenciação entre A e B, sendo a transição gradual o difuso entre eles.
Existe a presença da Unidade Escobar no 1º Distrito de São Borja próximo a BR 287, onde os solos são rasos, profundidade entre 15 e 20cm sem a presença de horizonte B, cor escura, com alto teor de matéria orgânica na superfície e a vegetação rasteira predominando as gramíneas.
Vegetação e flora
São Borja localiza-se numa área de tensão ecológica, ou seja, de contatos entre diversos tipos de vegetação. Assim sendo aqui ocorrem espécies da Floresta Estacional Decídua (Mata caducifólia), Savana Estépica (Campanha gaúcha), Estepe (campos). Nas margens dos rios temos as chamadas Matas de Galeria.
No Município predomina vegetação de baixo porte denominada campo, onde ocorrem principalmente as gramíneas (Paspalum sp) grama forquilha, (Axonopus sp) grama missioneira, capim caninha, capim limão, capim rabo-de-burro (Andropogom bicornes) entre outras. Também associadas a essas plantas ocorrem espécies da família das compostas como a carqueja (Bacharis trimera), maria-mole (Senecio brasiliense), buva (Conyza canadensis). Outras espécies de porte baixo formam associações com as gramíneas dependendo das condições e tipos de solo. Existe um grande número de plantas herbáceas, arbustivas e arbóreas com características de pioneiras, tais como: espinilho (Acacia caven), molhe (Schinus poligama), lantana silvestre, aroeira periquita (Schinus therebenthifolia), aroeira anacauita (Schinus molle), curupi, taleira, etc... Estas espécies formam maciços e tem propagação principalmente pela avifauna, daí porque aparecem com freqüência ao longo dos aramados e também sob a rede elétrica, criando condições para o aparecimento de outras espécies arbóreas que precisam de sombreamento inicial. Ainda são vistos bosques nativos nas coxilhas com as espécies citadas e a presença de guajuviras (Patagonula americana) , angico (Parapiptadenia rigida), ipê roxo (Tabebuia ipe), camboatá (Matayba eleagunoides), mamica-de-cadela, carvalhinho (Casearia silvestris), canafístula (Pelthophrum dubium), coronilha (Sideroxylon optusifolium), canela amarela (Nectandra lanceolata), timbaúva (Enterolobium contortilisiquum), açoita cavalo (Luehea divaricata), cerejeira (Eugenia involucrata), guabijú (Myrciantes pungens), guabiroveira (Campomanesia xanthocarpa), pitangueira (Eugenia uniflora), esta com característica de pioneira e também vegetando sob a copada das árvores mais altas. A espécie pau-ferro (Myracroduon balansae) ocorre formando maciços, tendo distribuição principalmente próxima ao rio Icamaquã e seus afluentes. A mata ciliar típica, mata de galeria, contém as espécies já referidas e ingazeiros, jerivá (Arencastrum romanzoffiana), sendo que a canafístula e o ipê-roxo sobressaem-se pelo porte mais elevado. A mata ciliar do Rio Uruguai contém espécies arbóreas que não são vistas as margens dos seus afluentes aqui no Município. Assim sendo espécies que ocorrem nas matas da região do alto Uruguai podem também ocorrer aqui no Município, tal como a cabreúva (Myrocarpus frondosus), alecrim (Holocalyx balansae), guatambú (Balfourodendrun riedelianum), maria-preta (Diatenopteryx sorbifolia).
Segundo Longhi (1986) podemos acrescentar ainda as seguintes essências nativas: primavera (Brunfelsia uniflora), chá-de-bugre (Casearia sylvestris), aguai vermelho (Chrysophyllum marginatum), louro mole (Cordia ecalyculata), camboatá vermelho (Cupania vernales), veludinho (Guettarda uruguensis), aroeira brava ( Lithraea molleoides), guamarim (Myrcia sp), canela-guaíca (Ocotea puberula), umbú (Phytolacca dioica), sabugueiro (Quillaja brasilensis), ariticum (Rollinia sp), branquilho-leiteiro (Sebastiania brasilensis), esporão-de-galo (Strychnos brasilensis).
Os banhados remanescentes e as várzeas têm vegetação típica, ocorrendo juncos, entre os quais o papiro (Ciperos giganteus), gravatá (Eringium pandanifolium) em associação com outras espécies, que podem ser arbóreas como a corticeira-do-banhado (Eritrina crista-galli), salgueiro (Salix humboldtiana), chapéu de couro (Echinodorus grandiflorus).
Na região dos campos finos de solos da Unidade Escobar, as gramíneas ocorrem associadas com trevos nativos, constituindo pastagens excelentes. As florestas não se expandiram mais em virtude das queimadas que agem sobre a vegetação pioneira. Também os desmatamentos para fins diversos reduziram a área de matas no Município.
Fauna
A fauna do município é representativa dos diversos ecossistemas aqui existentes. Na vegetação tipo estepe (campos) ocorrem espécies de aves como perdiz, perdigão, quero-quero, ema, socó, garças e outras, nas áreas de banhado são referidas mais de 200 espécies na região, tais como, garças, biguá, colhereiro, jaçanã, saracura, martim pescador, corvinho e diversas espécies de marrecas e marrecões. Nas matas ciliares ocorrem diversas espécies de pombas, a gralha picaça, bem-te-vi, anu preto, pelinchos, sabias, bacuraus, alma de gato, urutaus, colibris verde de peito esbranquiçado e outras espécies. Na vegetação tipo savana estépica (campos entremeados com capoeiras) existem outras espécies.
A fauna ictiológica (peixes), compreende mais de 100 espécies já catalogadas nos rios e banhados do município.
Entre os répteis cabe destacar a ocorrência do Jacaré de papo amarelo (Cayman latirostris) espécie ameaçada de extinção.
Pela sua situação geoambiental São Borja e a região tem registrado a ocorrência de ofídios (Hydrodinastes gigas) da região do Pantanal Matogrossense. Além de exemplares de outros estados há espécies que são comuns a esta região como: Bothrops alternatus (cruzeira), Bothrops neuwiedii (jararaca), Micrurus altirostris (coral – verdadeira), Oxyrhopus rhombifer (falsa-coral), Sibynomorphus turgidus (dormideira), Mastigodryas bifossatus (cotiara), Atractus reticulatus, Listrophis dorbigni (nariguda), Leptotiphlops sp, Philodryas patagoniensis (papa-pinto), Philodryas olfersi ( cobra-verde), Liophis miliaris. Destas apenas 3 espécies são consideradas peçonhentas e podem causar acidentes: B. alternatus, B. neuwiedi e Micrurus altirostris.
Segundo Lema (1994) para esta área estão citados quatro gêneros de lagartos: Teiús, Tupinambis, Pandodactylus e Mabuya.
Os anuros mais comuns são: Bufo paracnemis, Melanophryniscus atroluteus, Hyla pulchella, Hyla caingua, Elachistocleis ovalis, Scinax fuscovarius, Scinax nasicus, Leptodactylus ocellatus, Leptodactylus gracilis, Physalaemus biligonigerus, Physalaemus gracilis, entre outras.
Os mamíferos mais comuns são os tatus, guará-xains (Dusycion sp), lebres, preá (Cavia aperea), bugio-preto (Alouatta fusca), capivaras (Hidrochaeris hidrochaeris), mão pelada (Procyon cancrivorus), nutrias, lontras (Lutra longicaudis). Já são raros os exemplares de tamanduá mirim (Tamanduá tetradactyla), veados, lobo guará, furões ( Galactis cuja), zorrilho (Conepatus chinga).

Fonte: Prefeitura Municipal de São Borja 

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